O preço da felicidade

  © Letícia Thompson

 

 

Quanto você pagaria para obter seu maior sonho realizado? Até onde seria capaz de ir?

Costumamos ouvir que a felicidade não tem preço. Há pessoas que dizem, sem muito refletir, que fariam qualquer coisa para serem felizes. Mas na verdade há limites.

As pessoas não são felizes e não realizam seus sonhos, porque no fundo não estão dispostas a pagar qualquer preço. Querem obter tudo gratuitamente. Como o maná caído do céu, bastando abrir as mãos.

Mas felicidade tem preço de renúncia. Ninguém obtém seus desejos completamente sem ter que renunciar a uma ou mais coisas. Abrindo-se a mão para receber, larga-se também. É o que impede as pessoas de serem felizes, porque renúncia é uma palavra que quase ninguém gosta.

Tente pensar em abandonar sua vida, com tudo o que você tem e construiu, mas que não te dá satisfação, e ir correr o mundo atrás daquilo que seu coração mais deseja. Você não vai querer. Não, porque te falta coragem para renunciar à sua existência, mesmo se medíocre, porque é isso que te dá segurança. Pode não ser boa, mas é palpável, é o que você tem. 

Muitos se enganam quando pensam que querem felicidade. Para alguns basta ter segurança. Basta não, porque na verdade nunca estão completamente satisfeitos. Haverá sempre um vazio de não sei o quê, sempre a sensação de que falta algo. Só a felicidade pode preencher uma alma e dar plenitude à vida. Só a esperança mantém uma pessoa viva.

Há os que se apegam a isso custe o que custar e correm atrás dos seus sonhos. Eles se decepcionam muitas vezes, mas nunca desistem. Sabem que tentam e isso já é o bastante. Vivem não através dos outros, mas deles mesmos.

Outros preferem ficar como platéia. Falta coragem para subir no palco da vida. A felicidade existe, mas parece utopia, ou não é coisa pra eles. O preço para ser feliz é alto demais, arriscado demais.

Mas quem sabe não é esse o charme da vida? O fato de sermos todos diferentes, de nos contentarmos de maneiras diferentes? Alguns gostam de ser estrelas; outros se satisfazem vivendo do brilho delas. E, no fim das contas, o importante mesmo é se sentir feliz, sendo o que se é, com o que se tem.

Quem não quer abrir mão do que tem para ser feliz de outra maneira, que pelo menos o seja do jeito que escolheu. E que o seja plenamente!

 

Letícia Thompson

contact@leticiathompson.net

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