Nadar contra a corrente

 © Letícia Thompson

 

Quando a palavra é desistir até as mais lindas e formosas rosas choram.

Desistir significa reconhecer abertamente a derrota, o erro, o passo mal escolhido e enfrentar a própria imagem diante do espelho sem sentir dó de si mesmo, e se perguntar onde encontrar a força e coragem para encarar o mundo.

Já que não somos sós, que reconhecidamente não somos uma ilha e menos ainda deserta, toda decisão que tomamos influencia nosso meio, muda vidas, gera opiniões. Coisas que nos alegram podem fazer sofrer ou alegrar outras pessoas, coisas que nos deixam tristes trazem em torno de nós um clima sombrio e o sentimento de impotência naqueles que nos amam.

Então, desistir não é uma fácil decisão e se muitos o fazem sem grandes resistências, outros lutam interiormente até que as próprias forças, elas mesmas, estejam fatigadas. O processo é geralmente longo e tudo é pesado e pego em consideração: a imagem-própria, o olhar dos outros, o exemplo para aqueles que esperam de nós bem mais que pessoas que não conseguiram ir adiante.

Nos sabemos humanos, mas preferíamos que certas palavras não constassem no nosso dicionário.

Mas não adianta dar voltas para no fim chegar ao mesmo lugar.

É sabido que toda decisão comporta riscos. Nós é quem preferimos ignorar os eventuais danos. Só que isso faz parte da história de todo homem.

Ninguém precisa se sentir diminuído porque errou numa decisão ou porque bate a cabeça e continua a fazer algo que ele sabe que não chegará a nada a não ser perda de tempo e desgaste.

Nadar contra a corrente é extremamente desgastante e inútil.

A vida nos ensina que ter maturidade é aprender a olhar as outras pessoas nos olhos se nos sentimos fortes ou se nos reconhecemos frágeis e guardar a cabeça erguida o que quer que aconteça.

Desistir de um caminho, um sonho, uma decisão não quer dizer baixar os braços e esperar que a vida aconteça. Não!!!

Desistir de um caminho significa que nos enganamos de endereço e que vamos procurar o bom, que vamos tormar outra direção, com aquilo que possa preencher nossas buscas, completar nosso coração.

Se devemos alguma coisa a alguém não são satisfações do que fazemos ou deixamos de fazer, mas a felicidade que podemos espalhar à nossa volta.

Se devemos alguma coisa a nós mesmos é o respeito pelo nosso eu e isso inclui o saber onde parar e onde continuar, quando voltar atrás se possível e preciso e quando recomeçar um novo caminho.

Deus não quer pessoas infelizes e insatisfeitas, mas alegres e seguras de si, que sabem o que querem e escolhem conscientemente os seus passos. Que voltam atrás se necessário e recomeçam como se a dor não dilacerasse tanto o peito.

Ele as acolhe em Seus braços quando as mais cruéis dúvidas aparecem, as reconfortam e as asseguram que elas fazem parte de um todo e que de toda planta podada nasce um belo renovo.

 

Letícia Thompson

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