A difícil arte de recomeçar um amor vivido

 © Letícia Thompson

 

Aqueles que decidem recomeçar  um amor vivido devem ser conscientes do que tal decisão implica.

Antes de qualquer coisa, precisam ver com honestidade qual a motivação que os incita a continuarem juntos. Não há filhos, família, amigos ou bens em comum que possa justificar tal decisão. Não podemos e nem devemos fazer nada baseando-nos nos outros e colocando sobre eles o peso da nossa felicidade ou infelicidade. Se vivemos, vivemos por nós.

A única real e verdadeira motivação para um casal que decide recomeçar depois dos tropeços, traições, quedas, desvios é o amor. Há amor? Sim, então vale a pena. Se não há... melhor enfrentar a dura realidade de se ter que recomeçar em algum outro lugar, separados.

Só o amor pode justificar o desejo de uma vida juntos e a decisão de, não passar uma borracha no vivido, por que isso não existe, mas de aprender a construir uma nova história tirando lições dos erros passados.

Tudo o que se vive não se apaga, não deixa de existir por que decide-se recomeçar uma história com bases novas. O que o coração sentiu e sofreu vai fazer parte para sempre da história do casal. E não existe culpado e inocente: um casal que se quebrou é porque ambas as partes falharam em algum ponto.

Não entra vento pela janela se ela não estiver aberta ou se não houver uma brecha.

As pessoas descuidam das suas relações e depois querem justificar-se dizendo que um ou outro tentou estragar sua felicidade. O que acontece é que se a felicidade já não estivesse estragada, não haveria como outras pessoas ou coisas entrarem por essa fresta. É doloroso, mas é preciso se ter a honestidade de ter que admitir isso.

Os que querem recuperar a vida que tinham estão no caminho errado, pois acabarão fatalmente no mesmo lugar. Eles deverão viver diferente de antes. É preciso reconstruir uma nova história com os aprendizados da antiga, sem cobranças, sem pensar em quem fez mal a quem.

Recomeçar sim, onde o amor se instalou e deixar para trás o que para trás ficou. Re-viver juntos, sem reviver e reavivar o mal, as dores e mágoas passados.

Cansamos de ouvir que o amor é uma flor que se cuida e até concordamos com isso. Só nos esquecemos do que significa cuidar, estar presente, manter acesa para sempre aquela chama que motivou o estar juntos. Os que decidem recomeçar devem, pelo menos, ter aprendido essa lição e tirar partido disso.

E que tirem... porque onde há amor, tudo vale a pena.

 

Letícia Thompson

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